Menu

1 de junho de 2014

Carinho

Então é isso? A gente vive para esquecer e desconhecer pessoas? Para criar rotinas de trabalho e perder-se nas contas que se amontoam por debaixo da porta? Para acreditar e desacreditar no amor, nas pessoas e nos nossos sonhos?
Beijos dados no escuro criam nostalgia da época em que amigos eram mais presentes e menos irreconhecíveis ao olhares. Abraços com necessidade de pulos e pernas enganchadas na cintura criam lembranças de quando éramos importantes e nossas ações moviam mundos e sorrisos. Cochilos no banco traseiro do carro fazem as recordações darem  voltas dentro de nós salientar em como a pureza de fingir estar dormindo sempre será a melhor maneira de receber um carinho sincero.
Talvez o carrinho não seja necessariamente o que as pessoas acham que ele é. Ele pode estar num sorriso, na sensação de proteção que alguém te passa, num beijo roubado ou, até mesmo, num abraço que tire os pés do chão. O carinho é gostoso quando a outra pessoa sabe bem o significado da palavra "aconchego" e, assim, a põe em prática só com olhar. Muito mais do que um simples afago atrás da orelha, ele é a retribuição espontânea mais gostosa do mundo. Cuidados e anseios divididos com o objetivo de apaziguar a única pessoa que realmente sabe quantas colheres de açúcar tornam o meu café perfeito. Pode ser que precisamos só disto: mais beijos nos escuro, abraços pulados e cochilos no banco traseiro do carro.

Frederico Elboni